Laura Vicuña foi a primeira filha do matrimônio de José Domingo Vicuña e Mercedes Pino. Seu pai era militar e pertencia a uma família da alta sociedade chilena; sua mãe, por sua vez, vinha de um estrato social mais baixo, motivo de não ter sido de pleno agrado da família de seu esposo.
No fim do século XIX, o Chile se encontrava en uma Guerra Civil e de Sucessão. Em um dos lados na disputa se achava Cláudio Vicuña, um parente distante de José Domingo, a quem queriam fazer o sucessor do presidente José Manuel Balmaceda. Sem embargo, Vicuña não aceitou o cargo e iniciou-se uma perseguição a toda a família Vicuña, obrigando os membros da mesma a buscar rotas ao exílio do país.
Em 1894, logo após o nascimento da segunda filha do casal, José Domingo e Mercedes, Júlia Amanda, José Domingo faleceu, deixando a sua esposa e filhas sem fundos, sem um futuro claro ou horizontes que pudessem seguir, além do risco decorrente de carregar o sobrenome Vicuña. Como uma medida desesperada, as três decidem ir à Argentina para esconder-se por um tempo, enquanto os conflitos no Chile continuassem.Laura realizou sua primeira comunhão em 2 de junho de 1901, onde manifesta sua vocação de amor a Deus e expressa sua vontade de servi-lo, demonstrando-se inclusive disposta a entregar sua vida em vez de pecar. Ofereceu a Jesus e Maria Santíssima a sua vida pela conversão de sua família.
Devido a sua profunda conexão com Deus, muitas companheiras pensavam que Laura se acreditava superior a elas, uma vez que passava recreios completos rezando na capela do colégio.
Apesar de sua pouca idade, já possuía uma grande maturidade, a qual permitiu conhecer os problemas de sua mãe e notar o quão distante se encontrava de Deus. Isto a motivou a rezar todos os dias pela conversão de sua mãe e para que abandonasse Manuel Mora.
Mercedes Vera (ou também Merceditas) foi sua melhor amiga nos anos de estudo, tendo acompanhado-a não somente nos estudos, mas também em sua devoção espiritual; é com ela que comparte os desejos que nutre em seu coração, e junto a ela fez-se filha de Maria para assemelhar-se em virtudes com a mãe de Jesus.Um dia, recordando da frase de Jesus: Não há mostra de amor maior que dar a vida por seus amigos, Laura opta por entregar sua vida em troca da salvação de sua mãe.
Este pedido foi escutado e, em poucos meses, caiu enferma, piorando sua saúde conforme avançava sua enfermidade. Em uma visita com sua mãe, Manuel Mora a agride, deixando-a ferida em sua cama.
Antes de morrer, Laura pede a sua mãe:
Morro; eu mesma o pedi a Jesus. Faz dois anos que ofereci minha vida por ti, para pedir a graça de sua conversão, mamãe. Antes de morrer, terei a sorte de ver-te arrependida?
Mercedes, com os olhos molhados, lhe responde:
Te juro que farei o que me pedes. Deus é testemunha de minha promessa.
Finalmente, Laura sorri e diz a sua mãe:
Graças, Jesus! Graças, María! Adeus, mamãe! Agora morro contente!
Assim morreu Laura Vicuña Pino, entregando sua vida para a conversão de sua mãe.
Seus restos, desde 1937 e até 1958, descansaram no cemitério de Neuquén, tendo sido transladados para a Bahía Blanca, onde se encontram atualmente.
Após a morte de Laura, sua mãe se escondeu durante algum tempo na Argentina antes de mudar-se a Temuco. Em 1906, retornou à cidade de Junín de los Andes, onde sua segunda filha, Amanda, se casou com Horácio Jones com a idade de 12 anos.
Com o matrimônio de sua filha, muda-se a Freire, onde se casou na igreja e no civil com Malitón Parra, homem trabalhador e justo. Mercedes morreu em 17 de setembro de 1929.
Manuel Mora foi assassinado em uma richa durante uma corrida de cavalos, entre 1906 e 1907.